Escolhas na adolescência: implicações contemporâneas dos grupos sociais e da família

Autores

  • Fátima Niemeyer da Rocha Universidade Severino Sombra
  • Carlos Alberto Ribeiro

DOI:

https://doi.org/10.21727/rm.v8i2.1111

Palavras-chave:

Adolescência. Contemporaneidade. Escolhas. Grupos Sociais. Família.

Resumo

As teorias psicológicas tradicionais enfatizam a adolescência como uma fase natural do desenvolvimento, com problemas e conflitos próprios à natureza humana. Tal concepção é contestada, por exemplo, por Lev Vygotsky, que considera o processo histórico-social vivido pelo indivíduo influindo diretamente na adolescência, pelas modificações introduzidas na sociedade. A partir do senso comum são assimiladas, sem que haja qualquer crítica pessoal, supostas “verdades”, construídas ao longo do tempo, como a crença de que a adolescência é uma fase na qual ocorrem inquietações e arroubos desproporcionais. Estas “verdades” em nada auxiliam o adolescente na superação das dificuldades e mudanças que experimenta, tanto no âmbito biológico, como no social e no psicológico, e em suas escolhas, a partir das suas relações com a família e com os grupos sociais, para que sua subjetivação ocorra e avance rumo à idade adulta. Nessa perspectiva, o presente estudo de revisão da literatura especializada no tema buscou melhor entender a influência da família e dos grupos sociais nos projetos de vida do adolescente, objetivando uma compreensão da adolescência que superasse a visão liberal, naturalista, biologizante e patologizante, que faz com que muitos adultos, e também o próprio adolescente, tenham uma concepção reducionista acerca dessa importante etapa do desenvolvimento humano. Percebeu-se que é possível superar o pensamento determinista sobre o desenvolvimento adolescente, posta a ampla possibilidade de aprendizado a partir das relações que este estabelece com a sociedade, com seus conteúdos historicamente construídos.

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Biografia do Autor

Fátima Niemeyer da Rocha, Universidade Severino Sombra

Curso de Psicologia

Carlos Alberto Ribeiro

Psicólogo.

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Publicado

12/01/2017

Edição

Seção

Artigos de Demanda Contínua