Feminino: uma construção a partir do não ser
DOI:
https://doi.org/10.21727/rm.v12i2.2800Resumo
Este trabalho tem por objetivo apresentar algumas contribuições da psicanálise de Freud à Lacan sobre o enigma que é a mulher, partindo da fase pré-edipiana, bem como o complexo de castração e o complexo de Édipo, direcionando a pesquisa aos avanços teóricos que Lacan nos apresenta com suas conceitualizações das fórmulas quânticas de sexuação. Abordaremos, ainda, o campo do feminino e suas respectivas modalidades de gozo e de amor. Em seguida, discutiremos as influências dessas modalidades na forma feminina de amar. A metodologia utilizada foi a revisão bibliográfica de textos concernentes ao tema e o argumento norteador parte dos estudos de Lacan que dizem que não existe, no campo do Outro, um significante que signifique o que é ser mulher ou o que é o sexo feminino. O que há é um furo, e isso faz com que a mulher possa transitar entre dois campos, um fálico e outro não-todo. Como consequência dessa não definição do que é ser mulher, de alguma forma, resta a ela uma busca por algo que delineie sua existência e dê algum contorno à sua feminilidade, o que pode desencadear uma trama de amor e ódio com seu representante materno, e futuramente com seus parceiros. Partindo disso, Lacan lança o conceito de devastação. Para as mulheres, o amor e a devastação andam lado a lado e atravessam diretamente suas vidas, trazendo desdobramentos significativos nas relações amorosas que elas irão assumir posteriormente, o que reflete em nossa sociedade de forma direta.
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