Síndrome do Eritema multiforme causado por Farmacodermia

Autores

  • Gabriel Torres de Castro Innocencio
  • Melina Lisboa Martins
  • Carolina de Paula Orioli da Silva
  • Tainara Laudelina Valente
  • Marcelo Francisco Coelho Innocencio
  • Maria Cristina Almeida de Souza

Palavras-chave:

Farmacodermia, Hipersensibilidade a Drogas, Eritema Multiforme

Resumo

Na atualidade, a facilidade de acesso a drogas aumentou incidência de reações farmacológicas que podem envolver diferentes órgãos e sistemas. Farmacodermia: hipersensibilidade medicamentosa, mediada pela imunidade individual, e difere da intolerância a drogas ou de reações idiossincrásicas. Reações tendem a ser na re-exposição a droga, pois imunidade especifica não costuma existir antes da primeira exposição. Principais fármacos causadores hipersensibilidade são antibióticos, seguidos por anti-inflamatórios, anticonvulsivantes, analgésicos/antipiréticos. Relatar caso de farmacodermia divulgando aos profissionais informações sobre diagnóstico e terapêutica. M. D. L. L., 63 anos, feminino, branca, divorciada, psicanalista, católica e natural do Rio de Janeiro. Paciente relata que há 2 (dois) meses iniciou quadro de eritema , calor, edema com, descamação epitelial em membros inferiores associados a dor de intensidade 9+/10+, dilacerante, que piorava à deambulação e melhora ao repouso. Foi levada ao pronto socorro de Miguel Pereira por uma amiga. Foi medicada com cefalexina 7 dias, 50mg 6/6 horas, e retornou ao seu domicílio permanecendo por 10 (dez) dias. No dia 03/08/2015, houve piora da dor, edema e hiperemia nos membros inferiores associada a dispneia, levando a paciente a procurar auxílio no Hospital Universitário Sul Fluminense (HUSF). Deu entrada no setor de urgência do HUSF com queixa de dispneia, apresentando quadro de lesões hiperemiadas e edematosas nos membros superiores e inferiores, com discreta lesão descamativa nos membros inferiores. Em relação aos antecedentes pessoais, paciente relata que, há aproximadamente 1 (um) ano, sofreu queda da própria altura, com trauma nos tornozelos. Foi avaliada por ortopedista não sendo constatadas fraturas. Após o trauma houve piora da dor e edema nos membros inferiores. Relata ser hipertensa e tabagista (47 maços/ano). Escarlatina e varicela na infância. Alega alergia à adoçantes e nega alergia a medicações. Tem histórico de Linfedema crônico. Ao exame físico, durante a internação (03/08/2015), mostrava-se cianótica, taquipnéica, com dificuldade de deambular. Havia dificuldade na palpação dos pulsos pedioso e tibial posterior. À inspeção, os membros superiores e inferiores estavam hiperemiados e os pés cianóticos. No momento da internação da paciente, foi considerado o diagnóstico de Celulite dos membros inferiores, sendo tratada com esquema de: ceftriaxona (2g IV uma vez ao dia) + oxacilina (2g IV de 4/4 horas) durante 7 dias e Clindamicina (600mg IV de 6/6 horas por 5 dias). Após ser internada no HUSF foram realizados os seguintes exames: 1- Doppler Venoso Profundo dos membros inferiores, o qual constatou ausência de ectasias, compressões extrínsecas ou trombos. Evidenciou-se infiltrado intersticial difuso bilateral em membros inferiores e espessamento do tecido subcutâneo com sinais flogísticos; 2 - Ultrassonografia abdominal, que revelou infiltrado difuso em toda a parede, porém com mais intensidade em região periumbilical. Fígado com volume aumentado, textura homogênea. Pâncreas parcialmente visualizado. As vias biliares com parede espessada, contraída com imagemsistêmicos acelerariam a recuperação de casos graves de hipersensibilidade medicamentosa. Corticóides tópicos e antihistamínicos orais melhorariam os sintomas dermatológicos. Um estudo sobre a prevalência das farmacodermias em pacientes hospitalizados no serviço de dermatologia da UMAE do Centro Médico Nacional do Ocidente constatou que os principais fatores de risco para uma reação adversa medicamentosa foram: gênero feminino, a idade, e em menor média, comorbidades associadas. A idade mais freqüente dos pacientes com farmacodermia foi na média dos 48 anos. Quanto a maior prevalência do sexo feminino, não há explicação clara, porém uma das hipóteses é que existe maior susceptibilidade da pele e do intestino da mulher aos estímulos nocivos de medicamentos, podendo haver uma influencia hormonal. Em um outro estudo sobre reações cutâneas desencadeadas por drogas, a principal doença associada aos indivíduos que desenvolveram farmacodermia foi a hipertensão arterial, no entanto a maioria dos pacientes não apresentava quaisquer comorbidades.

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Referências

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Publicado

2017-08-31

Como Citar

Innocencio, G. T. de C., Martins, M. L., Orioli da Silva, C. de P., Valente, T. L., Coelho Innocencio, M. F., & Almeida de Souza, M. C. (2017). Síndrome do Eritema multiforme causado por Farmacodermia. Revista De Saúde, 8(1 S1), 45–47. Recuperado de https://editora.univassouras.edu.br/index.php/RS/article/view/1028

Edição

Seção

Resumo - Suplemento