PROCESSO VIDA OU MORTE DURANTE PANDEMIA POR COVID-19 NO BRASIL
Resumo
Existem atores, que não cabe citá-los nesse editorial, que de forma catastrófica e desastrosa protagonizam e
“agudizam” seu discurso natural e simplório sobre o adoecimento e a morte. Escutamos diariamente relatos que na
história da humanidade as pessoas não param de morrer; que a morte é um processo natural e anda em linha tênue
com a palavra vida. Verbalizações sobre torturas físicas, sociais e raciais são comumente tratadas como questões
históricas e comuns. Será que parte da nossa sociedade busca uma banalização da morte como um processo de defesa
psíquica, já se adiantando a um mal pior ou realmente possuem extrema insensatez durante essa pandemia? Não podemos encarar indivíduos como números e/ou estatísticas. Em meio a Pandemia por COVID-19 assustamo-nos com
a prova de banalização da morte – as pessoas parecem não escandalizarem-se com ela.
Uma epidemia não pode ser sinônimo de conformismo. O Brasileiro passa a lidar com certa naturalidade e
descompasso humano com a brutalidade de cenas, dos choques psíquicos e com as informações midiáticas. É notório
e óbvio que o processo nascer e morrer é natural e inerente a todos os seres-humanos; mas não é essa a critica que
fazemos. Esse “trato” com o processo de morte durante a pandemia por COVID-19 parece estar incorporando-se em
nosso “tecido social” – dizemos até que tornou-se uma epidemia nacional. Do dia para a noite famílias carreiam seus
parentes aos Hospitais e dias depois possuem alguns minutos, quando lhes é ofertado, para uma diminuta prece ou homenagem. Não ficamos indignados com questões várias que envolvem esse processo; nos preocupa o que realmente
cada brasileiro carreia do lado esquerdo do seu peito. Vemos, naqueles momentos de médicos, a “brutalidade” diante
de nós. Homens que não querem se separar de familiares sendo contido nas emergências dos hospitais. Nos tornamos
uma sub-raça ? Hoje, infelizmente, a morte parece não ter a mínima relevância.
Finalizamos esse editorial alertando que não possuímos qualquer viés político ao descrever o que acontece
no cotidiano do Brasileiro. Precisamos cuidar de nós, só um pouco. Precisamos sair adiante em busca de solidariedade. Por vezes nos pegamos chorando pelo nosso povo com idéias que ruminamos. Existe alguma linha de raciocínio
pleno relativo à limpeza social de população supérflua? Que população seria essa? Está sendo construindo um senso
comum do excesso populacional, economicamente supérflua e socialmente sem raízes? Nosso povo realmente mudou ou sempre banalizou tais fatos?
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