A (Des) Construção dos padrões normativos de gênero.
DOI:
https://doi.org/10.21727/rm.v10i1Sup.1753Resumo
O presente artigo baseia-se em uma abordagem histórica e psicossocial para discorrer sobre os estereótipos de gênero à construção e à desconstrução de padrões normativos de gênero, em contraposição às possibilidades de subjetivação, num cenário cultural de pluralidade identitária e, ao mesmo tempo, tradicionalista. Discutiremos sobre os papéis estereotipados que nos são determinados, apoiados ainda em um forte contexto histórico herdado do patriarcado, acentuando determinadas crenças sobre gênero. O modelo tradicional de masculinidade, que predominava de forma inquestionável até meados do século XX, ignorando as necessidades afetivas e valorizando características como a competitividade, a preocupação com o desempenho, o autoritarismo, a dominação e a opressão, vem sendo questionado como pilar maior da identidade masculina tradicional. Enquanto isso, as mulheres abrem mão do papel de “Rainha do Lar”, “Sexo frágil”, “Submissa”, ao qual estavam secularmente atreladas. Esse processo de transformação nos papéis femininos e masculinos, multiplicados por todo o mundo, marca a sociedade contemporânea, pela conquista de diferentes posições e necessidades de adaptações por que passam os novos paradigmas permeados pelas questões de gênero.
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