As Tensões do “Racismo À Brasileira” Na Formação das Ligas Nos Primórdios do Futebol Paulistano
Resumo
O futebol é tomado como um espaço de manifestação do preconceito à brasileira e um campo privilegiado para compreensão da sua especificidade que prima pela ambiguidade. Ao mesmo tempo em que revelava um traço progressista, na medida em que permitia aos chamados “jogadores de cor” serem incorporados pelo mérito naquela ordem liberal, era também um campo conservador, afinal estavam mantidos os ranços escravocratas que foram ressignificados na República. As reminiscências destas assimetrias se refletiam nas primeiras competições do futebol na cidade. O artigo objetiva problematizar as dissidências e criações de ligas na popularização do futebol de São Paulo, nas primeiras décadas do século XX, colocando em tela o preconceito racial como um elemento para entender a complexidade do racismo na sociedade brasileira. As fontes utilizadas foram a produção histórica jornalística sobre o futebol de São Paulo. As conclusões indicam que as tensões na popularização do futebol de São Paulo atravessaram o debate racial naquele momento no qual a modalidade começava a ser difundida e praticada por diferentes classes sociais nos clubes esportivos. A presença desse racismo silencioso e travestido por marcadores sociais revela os debates sobre a integração e a reafirmação de uma nação liberal e republicana construída com as reminiscências dos valores oriundos de uma ordem escravocrata que se refletiam no futebol de São Paulo nas primeiras décadas do Século XX.
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Copyright (c) 2023 Bruno Otávio de Lacerda Abrahão Abrahão, Sergio Settani Giglio, Antonio Jorge Gonçalves Soares
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