Estudo do atendimento ao paciente portador de úlceras de pressão: dificuldades do tratamento domiciliar
Resumo
Pesquisa descritiva que objetivou avaliar a assistência prestada aos portadores de úlceras venosas, em membros inferiores, atendidos pelas equipes do Programa Saúde da Família (PSF), do município de Engenheiro Paulo de Frontim, RJ. A população alvo foi composta por 10 portadores de úlceras venosas (UV), atendidos pelas equipes do PSF nas 10 USFs. O estudo obteve parecer favorável do Comitê de Ética da Universidade Severino Sombra, Vassouras RJ. A coleta foi realizada domiciliar e nas USFs, por meio de entrevista estruturada. Detectamos uma prevalência maior na faixa etária a partir de 60 anos, sendo 2,98 no sexo feminino e 1,3 no masculino. As características sociodemográficas e de saúde dos portadores de UV revelaram predominância do sexo feminino (74,5%), idosos a partir de 60 anos (67,6%), presença de IVC (100,0%), hipertensão (44,6%) e diabetes (25,7%). Quanto ao tempo de existência da UV, 64,9% tinham mais de 1ano, e 35,1% menos de 1 ano,com predominância de uma lesão (67,6%). A troca de curativos, em sua maioria, é domiciliar, realizada de forma inadequada, destacando-se a técnica incorreta de limpeza, uso e associações também incorretas de produtos e substâncias, e pouca participação da equipe do PSF na avaliação, realização do curativo e escolhas de produtos e substâncias. A terapia compressiva não faz parte das condutas terapêuticas de tratamento de UV nos PSFs. Quanto à avaliação da assistência aos portadores de UV, 90,5% estavam inadequadas e apenas 9,5% adequadas. Os principais fatores de inadequação foram ausência de: diagnóstico (47,3%), consulta com angiologista (63,5%), tratamento compressivo (100,0%), terapia tópica adequada (98,62%), quite curativo adequado (70,3%), treinamento para troca de curativo (67,6%), acompanhamento pela equipe do PSF (51,4%) e exames realizados (55,4%). Concluímos que os portadores de UV, em sua maioria, apresentam baixo nível socioeconômico e com doenças crônicas associadas. Considerando que a assistência prestada pelo PSF é assistemática, fragmentada, sem diagnóstico, planejamento, avaliação e evolução contínua, qualificamos a assistência desenvolvida como inadequada e com pouco nível de resolutividade interferindo diretamente na manutenção da cronicidade das UPs.Downloads
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