Um ensaio de dieta artificial de carne vegetal para a criação de moscas varejeiras, para utilização em pesquisa científica

Autores

  • Paiva, Bianca Affonso dos Santos Mestrado Profissional em Ciências Ambientais, Universidade de Vassouras
  • Dias, Thiago Dutra Mestrado Profissional em Ciências Ambientais, Universidade de Vassouras; Laboratório de Insetos Vetores, Universidade de Vassouras
  • Marise Maleck Universidade severino Sombra https://orcid.org/0000-0001-7699-7896
  • Carraro, V. M. Mestrado Profissional em Ciências Ambientais, Universidade de Vassouras https://orcid.org/0000-0001-6746-4932

Resumo

As moscas varejeiras, são dípteros necrófagos e possuem importância médico-sanitária, importância entomológica forense e devido à natureza necrófaga de suas larvas são utilizadas em terapia larval auxiliando na cicatrização de feridas necrosadas. A criação de dípteros da Família Calliphoridae em laboratório apresenta limitações relacionadas ao tipo de dieta a ser utilizada na criação larval, pois a carne é um substrato de difícil manutenção e de rápido processo de putrefação. Avaliou-se de forma comparativa a eficiência de uma dieta artificial, a base de proteína vegetal, para a criação de imaturos de Chrysomya megacephala. Os ensaios foram realizados com três tratamentos, constituídos de quatro repetições cada, nas proporções de 50 neolarvas: 50g de dieta (1:1), 50 neolarvas:100 g de dieta (1:2) e 50 larvas: 150g de dieta (1:3) e observados diariamente, até a emergência. A duração do estágio larval, pupal e do período de neolarva a adulto entre as dietas D1, D2, D3 (1:1, 1:2 e 1:3) diferiram respectivamente. A dieta D1(1:1) apresentou uma menor duração de estágio larval, sendo observado que uma maior densidade larval tem um efeito positivo na absorção e assimilação alimentar resultando em uma duração média de estágio larval menor e uma maior taxa de sobrevivência. A dieta D3 (1:3) apresentou um menor período pupal, sendo observado que as pupas que apresentaram maior peso tiveram uma duração menor do estágio pupal. Considerando a adaptação de C. megacephala, pode-se inferir que a dieta a base de proteína vegetal testada ainda não é vantajosa para manutenção de grandes colônias quando comparada as dietas naturais de proteína animal, mas apresenta características necessárias para uma boa dieta de manutenção dos espécimes em laboratório, para sua utilização em pesquisas científicas.

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Biografia do Autor

Marise Maleck, Universidade severino Sombra

Laboratório de Insetos Vetores e Mestrado Profissional em Ciências Ambientais, Universidade de Vassouras.

Graduada em Ciências Biológicas (Bacharelado e Licenciatura); Mestre em Biologia Celular e Molecular/ IOC/FIOCRUZ; Doutora em Biologia Celular e Molecular/IOC/FIOCRUZ; e Pós-doutorado em Parasitologia/ Ruhr - Universitat Bochum, Alemanha. Áreas de atuação em Ensino: Bioatividade de Produtos Naturais de Plantas; Parasitologia; Educação-Saúde- Ambiente; Biologia celular e molecular; Entomologia e Saúde Pública; Metodologia Científica; Bioética. Área de atuação em Pesquisa: Entomologia e Malacologia de Parasitos e Vetores, com ênfase em insetos de importância em saúde pública (Aedes aegypti e Aedes albopictus) e agrícola (Oncopeltus fasciatus) sob os aspectos de bioatividade e controle alternativo com produtos naturais de plantas; monitoramento populacional; saúde humana e ambiental-educação-sociedade. Professora Estatutária do Colégio Pedro II (aposentada 2006), em que coordenou a Iniciação à Pesquisa Científica do CP II (2001-2006) com o Projeto Área Verde-1º lugar/II Prêmio Ciências/MEC/Unesco (2005). Foi pesquisadora FIOTEC (Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico em Saúde) no Laboratório de Diptera/IOC/FIOCRUZ (2003-2011). Atualmente é Professora Titular da Universidade de Vassouras/RJ, no Mestrado Profissional em Ciências Ambientais (atual) e Vice-Coordenadora do mestrado profissional em Ciências Ambientais (2019-atual). Pesquisadora e Professora responsável pelo Laboratório de Insetos Vetores/Universidade de Vassouras, na área de entomologia e malacologia de parasitos e vetores. Coordenadora do Grupo de Pesquisa/CNPq: Produtos Naturais bioativos e vetores de importância médica e agrícola. Coordenadora de Pesquisa/UninV (2014-2017). Pesquisadora Colaboradora no Laboratório de Entomologia Médica e Forense do IOC/FIOCRUZ (2016-atual). Dentre outros, coordena o projeto de pesquisa ?Controle alternativo dos mosquitos do gênero Aedes, com ênfase em Aedes aegypti através de substâncias naturais de plantas-. REDE ZIKA #1? do Estado do Rio de Janeiro. Avaliadora do MEC de cursos de graduação. Atua como consultora ad hoc de diversas Revistas Científicas e Órgãos de Fomento Nacionais e Internacionais. ORCID https://orcid.org/0000-0001-7699-7896.

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Publicado

2021-05-31