2024: Manual diagnóstico de urolitíase associado a dispositivo conector de cateter ultrassônico para tratamento em felinos
O sistema urinário dos felinos é composto pelos ureteres, responsáveis pela condução da urina, por dois rins, órgãos que formam a urina a partir da filtração do sangue, e pela bexiga urinária, que armazena a urina até a sua eliminação pela uretra. Os gatos possuem características anatômicas, que favorecem a obstrução uretral, onde as urolitíases são a principal causa. Gatos machos possuem um afunilamento da uretra em direção à extremidade do pênis, característica esta que pode facilitar acúmulo de material sólido, resultando em obstrução uretral. Nos felinos domésticos, a uretra pélvica continua após a próstata, e sua primeira parte é a porção pré-prostática. Durante a micção ou ejaculação, a parede da uretra se distende, mas a expansão é limitada na porção cavernosa da uretra, que passa pelo sulco ventral do osso peniano, fator predisponente para as obstruções uretrais por cálculos. O fato de essa espécie possuir o canal uretral estreito proporciona uma grande dificuldade quando é necessária a sua
desobstrução. A obstrução uretral nos felinos, principalmente em gatos domésticos, é uma ocorrência de causa multifatorial, responsável por até 9% dos atendimentos emergenciais na rotina clínica nesta espécie. A obstrução física da uretra pode ocorrer por causa idiopática (53%), devido a urólitos (29%), plugs uretrais (18%), áreas mais constritas da uretra, neoplasia ou espasmos
uretrais. Urolitíase é a presença de cálculos (urólitos) nas vias urinárias e está entre as doenças do
trato urinário inferior de maior importância em animais domésticos. A azotemia é o nome que se dá ao aumento da ureia e creatinina na corrente sanguínea, consequente de enfermidades do sistema urinário. Este quadro faz com que o animal apresente
náusea recorrente, fazendo com que este perca o apetite e emagreça de forma progressiva. Com isso, comumente o felino desenvolve a lipidose hepática; doença hepatobiliar caracterizada pelo acúmulo de lipídeos nos hepatócitos. Todas essas questões somadas tornam-se um grave distúrbio generalizado. A doença do trato urinário inferior dos felinos abrange qualquer desordem que afeta a vesícula urinária ou a uretra. Hoje em dia, autores sugerem que muitos dos casos onde há presença de sinais clínicos crônicos e idiopáticos oriundos dessa afecção, são diagnosticados como cistite idiopática felina, e podem ser na realidade, Síndrome de Pandora. O tratamento cirúrgico deve ser levado em consideração, quando anormalidades anatômicas estão presentes, se a dissolução farmacológica não for possível, quando houver necessidade de cultura da mucosa do trato urinário ou quando os cálculos forem grande a ponto de causar obstrução uretral. É indicado somente quando a dissolução dos cálculos não é possível e em casos de obstrução ou onde seu tamanho impossibilita a eliminação; ou a hidropropulsão também pode ser sugerida. No entanto, a cirurgia se trata de procedimento invasivo e inclui desvantagens como complicações cirúrgicas, possibilidade de remoção incompleta dos urólitos e a persistência da causa primária predisponente à formação de cálculos. Em muitos casos, a desobstrução do canal uretral não é realizada com sucesso, além de, na maioria das vezes, o paciente já
ter passado por vários casos de obstruções, que acabam prejudicando sua anatomia, onde a penectomia se torna a opção de eleição. Em vista dos problemas supracitados, a invenção que ora se apresenta teve como objetivo fornecer o dispositivo conector de cateter ultrassônico (DC), que por meio da vibração ultrassônica, permite a fragmentação e consequente eliminação do cálculo alojado no canal e possibilita a desobstrução uretral de felinos, preferencialmente em gatos domésticos, de forma menos invasiva, rápida e onde o tempo de sedação e anestesia é menor quando comparado ao de uma cirurgia mais complexa, bem como o tempo de recuperação do paciente Assim, o dispositivo conector de cateter ultrassônico permitirá um tratamento sem
causar destruição tecidual local ou outro tipo de dano ao animal, diminuindo a incidência dos traumas que ocorrem nas diversas tentativas de desobstruções feitas nos felinos. Este tipo de procedimento proporcionará um pós-operatório mais tranquilo, com mais conforto e melhores condições de bem estar.