2024: Caderno de Resumos I Seminário Acadêmico Discente do curso de Pedagogia

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A Pedagogia é uma área do conhecimento, bem como uma ciência, cujo objetivo fundamental é pensar, problematizar e ressignificar a educação. Nesse sentido, tanto os pressupostos teóricos quanto os processos de ensino-aprendizagem precisam ser discutidos e praticados, de modo que a sua eficácia científica seja devidamente atestada. O procedimento citado reitera que o laboratório do pedagogo, enquanto profissional, é a vida em comunidade, afinal, não estamos interessados unicamente com os espaços formais de aprendizagem, visto que os sujeitos são formados pelas experiências cotidianas, as quais se iniciaram anteriormente ao período escolar.
Sendo assim, imergir na licenciatura em Pedagogia é fazer convergir um conjunto de variáveis inerentes a ação humana no tempo e no espaço, pois, o processo de formação educacional – com o qual a/o pedagoga/o deve se ocupar – está em constante transformação e/ou adaptação, visando favorecer a integralidade do sujeito. Esse cenário torna o nosso ofício um tanto ingrato, haja vista que nem sempre o objeto de nossa experimentação, a saber, as/os estudantes, poderão afirmar ou saberão que foram as vivências oriundas do período de escolarização que os fizeram se posicionar diante do meio político-social em que vivem.
Daí a relevância do ato de educar, mas, sem perdermos de vista que as/os professoras/es que pensam e problematizam o seu saber-fazer acabam influenciados pela dialética do ensino. Tal assertiva está longe de se enquadrar na condição de novidade, posto que nos formamos pela interação e pelas experiências que adquirimos com as/os outras/os, no decorrer de nossas vidas. Portanto, a ação da/o pedagoga/o não se limita ao ambiente escolar, uma vez que não deixamos de promover a educação em todos os espaços em que passamos. Somos exemplos vivos do que queremos que nossas/os alunas/ os se tornem, isto é, pessoas dotadas de atitude.
Isso reforça a necessidade de nos posicionarmos, de não termos medo de sermos avaliados em nossa atuação, mas, sobretudo, que estejamos dispostos a nos reinventarmos. Caso contrário, será impossível que as/os nossas/os discentes ajam de maneira semelhante. Com isso, Paulo Freire (2011) adverte que devemos ser éticos, respeitosos e dignos em nossa prática pedagógica, sendo este um instrumento para que as/os educandas/os alcancem a sua autonomia. Em um mundo que mobiliza a tecnologia digital como sinônimo de liberdade, na mesma proporção em que emprega algoritmos para manipular modos de pensar e ver o mundo através das telas (SALIBA, 2020), o compromisso docente está em demarcar que a nossa profissão necessita de ação, estando esta munida de autoridade e nunca de autoritarismo, para que possamos direcionar as/os futuras/os profissionais da educação por um caminho pedagógico comprometido com a democracia e com as liberdades, afinal, o nosso papel é transformar vidas e mundos. 

Publicado: 2024-08-06

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