2024: Esparta e suas redes políticas, no reinado de Agesilau II
Podemos verificar que nas últimas décadas a produção brasileira sobre Antiguidade e, em especial, Antiguidade clássica, tem apresentado expressivo crescimento. Se, por um lado, no que se refere à Grécia antiga, há uma primazia das publicações sobre Atenas; por outro, Esparta vem ganhando espaço relevante no contexto de crescimento das produções nacionais sobre História Antiga. E é exatamente nessa conjuntura que a obra de Luis Filipe Bantim de Assumpção, resultante de sua Tese de Doutorado defendida em 2019 e orientada por mim, ganha destaque. Vale ressaltar ainda que o interesse contemporâneo por Esparta é diverso, tendo se renovado e excedendo às produções acadêmicas, conforme Luis Filipe destaca logo no início da introdução da obra.
Luis Filipe se dedica à pesquisa sobre Esparta desde o curso de graduação em História e tem contribuído regularmente para a ampliação de nossos conhecimentos sobre a sociedade espartana e a sua interação no Peloponeso e no Mediterrâneo. Ao propor uma análise sobre os espartanos, a partir da Teoria de Redes, a obra inova na sua abordagem e evidencia o quanto os estudos sobre as sociedades antigas estão conectados à dinâmica do mundo atual. A obra colabora rompendo com a predominância do atenocentrismo nos estudos sobre o mundo antigo grego.
A proposta deste livro é, desta forma, investigar as conexões de Agesilau II na Lacedemônia, no Peloponeso e nas imediações do Mediterrâneo. O pressuposto da escolha por essa abordagem se justifica pelo fato de a História de Esparta ser tratada muitas vezes de forma unilateral. A hipótese defendida pelo autor é a “de que Agesilau e a elite espartana integravam uma estrutura políade que os superava. Assim, embora as atitudes de Agesilau e dos membros de suas redes influenciassem as decisões de Esparta, foram as transformações político-econômicas externas que deterioraram a sua posição e status nas imediações do Mar Egeu”